A mãe e três filhas de uma família de Birigui (SP) foram diagnosticadas com a Covid-19 e morreram em menos de duas semanas.
Segundo a família, Maria Ferreira, de 84 anos, morreu na manhã desta quarta-feira (5). Já as filhas Mariana, Shirlei e Maria Verônica Carlos, de 39, 43 e 53 anos, também não resistiram às complicações da doença em um intervalo de duas semanas.
Outras duas irmãs também foram diagnosticadas com o coronavírus, mas se recuperam em casa.
As cinco irmãs se revezavam para cuidar da mãe, que teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) havia três anos. Por causa do contato diário, todas foram infectadas.
“Perdemos uma mãe, tias, e eu sei o que muita família está passando. A gente achava que essa doença não era tudo isso, mas é real, estamos passando um momento difícil, o psicológico fica abalado. Só Deus pra confortar”, afirma Rafael Carlos Inácio da Silva, filho de Mariana.
“Essa doença tem que acontecer na família para a gente acordar, se cuidar mais. Se cuidem, se previnam, a gente perdeu nossa mãe muito nova”, diz Gabriel Carlos da Silva, também filho de Mariana.
Diante das internações, enterros e medicamentos, a família conta que teve muitos gastos nos últimos meses, mas que há pessoas ajudando com doações e orações.
“Além das dores, da perda, do luto, tem custos adicionais. Mas as pessoas estão orando, abençoando nossa vida. Eu queria agradecer todos aqueles que estão em oração pela minha família, todos aqueles que estão ajudando de alguma forma. Que deus abençoe cada um de vocês, Deus está nos dando sabedoria para agora cuidarmos uns dos outros”, diz Rodrigo de Oliveira Carlos, neto de Maria Ferreira.
Até o fim desta semana, a cidade do Rio de Janeiro terá dez polos de saúde específicos para atender a pacientes com suspeita de dengue. O primeiro deles, em Curicica, na zona oeste da cidade, foi inaugurado na manhã desta segunda-feira (5). A capital entrou hoje em situação de emergência devido à doença.
Haverá polos também em Campo Grande, Santa Cruz e Bangu (na zona oeste), Complexo do Alemão, Madureira, Del Castilho e Tijuca (na zona norte), Gávea (na zona sul) e Centro.
A abertura dos polos é uma das ações do plano de contingência de enfrentamento à dengue, criado pela prefeitura do Rio, uma vez que a cidade já registrou, este ano, 11 mil casos da doença, com 360 deles necessitando de internação.
Os polos vão funcionar nas dependências de unidades básicas de saúde. No caso de Curicica, por exemplo, está localizado dentro do Centro Municipal de Saúde Raphael de Paula Souza.
Atendimento
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, orienta as pessoas a procurarem atendimento nos polos ou em redes de atenção básica se começarem a sentir sintomas da dengue, que incluem febre alta, dor de cabeça, dor no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos.
Assim que chegam ao polo, os pacientes têm uma amostra do sangue recolhida para a confirmação do diagnóstico, que é dado cerca de uma hora depois da coleta. No local, também há cadeiras e macas para hidratação venosa e oral.
A equipe de saúde, formada por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, fará também a classificação da gravidade do quadro. Os quadros mais graves serão encaminhados para internação como “vaga zero” (emergência), através da Central Municipal de Regulação.
O plano de contingência também prevê a destinação de leitos exclusivos para a internação desses pacientes. No Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, por exemplo, que funciona como uma unidade de referência inicial, foram separados 20 leitos.
No próprio Centro Municipal de Saúde Raphael de Paula Souza, também haverá um setor destinado à internação de pacientes com dengue e outras arboviroses (doenças transmitidas por artrópodes, como mosquitos e carrapatos).
“Esse nosso primeiro polo consegue fazer todo o tratamento. O paciente chega, colhe sangue, consegue fazer hemograma, consegue colher sorologia. Se precisar de hidratação, faz hidratação venosa e oral aqui mesmo. E, se precisar de internação, também tem leitos dedicados aqui para arbovirose e infectologia. O objetivo é que a gente consiga reduzir o número de casos graves e reduzir o número de óbitos por dengue. Esse tratamento precoce faz toda a diferença”, afirmou Soranz.
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Caso haja necessidade, mais centros de atendimento poderão ser abertos, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Além dos polos, os 150 centros de hidratação montados no final do ano passado nas unidades de saúde para o atendimento de devido aos efeitos do calor também serão usados na assistência às pessoas com dengue.