Um idoso de 85 anos com Covid-19 morreu, na terça-feira (27/4), após abrir mão de uma vaga de UTI para dar lugar para um paciente mais jovem. O caso ocorreu no Hospital Indira Gandhi, na cidade de Nagpur, na Índia. De acordo com informações do jornal Times of India, Narayan Dabhalkar sentiu-se sensibilizado com o caso do jovem, apesar dos médicos terem lhe alertado que o suporte de oxigênio era essencial para mantê-lo vivo.
Dabhalkar tomou a decisão após a esposa do paciente de 40 anos implorar aos médicos por um leito para o marido. Ao ouvir o pedido, o idoso entrou em contato com a filha para informá-la da situação e comunicá-la de que gostaria de trocar de lugar com o paciente. Três dias depois de receber alta e ser levado para casa, Narayan Dabhalkar faleceu.
Em entrevista ao jornal indiano, a filha do idoso, Aasawari Kothiwan, explicou que o pai foi levado ao hospital no dia 22 de abril. Após ficar sabendo da situação do paciente, Dabhalkar teria dito que preferia passar seus últimos momentos ao lado da família, em casa. “Ele disse: ‘Eu já vivi minha vida e prefiro deixar isso para o destino em vez de bloquear uma cama por dois ou três dias ao custo de um paciente mais jovem’”, disse Aasawari Kothiwan.
Ainda que Narayan Dabhalkar tenha autorizado o paciente mais jovem tomar seu lugar na UTI, um representante do hospital contou ao Times of India que a prática não é comum e que não há como designar um leito para uma pessoa específica. Segundo ele, “a escolha de quem deve ficar no leito é prerrogativa do médico”, embora a saída de Dabhalkar tenha “aliviado a pressão” por atendimento no hospital, criando espaço para outra pessoa.
Até o fim desta semana, a cidade do Rio de Janeiro terá dez polos de saúde específicos para atender a pacientes com suspeita de dengue. O primeiro deles, em Curicica, na zona oeste da cidade, foi inaugurado na manhã desta segunda-feira (5). A capital entrou hoje em situação de emergência devido à doença.
Haverá polos também em Campo Grande, Santa Cruz e Bangu (na zona oeste), Complexo do Alemão, Madureira, Del Castilho e Tijuca (na zona norte), Gávea (na zona sul) e Centro.
A abertura dos polos é uma das ações do plano de contingência de enfrentamento à dengue, criado pela prefeitura do Rio, uma vez que a cidade já registrou, este ano, 11 mil casos da doença, com 360 deles necessitando de internação.
Os polos vão funcionar nas dependências de unidades básicas de saúde. No caso de Curicica, por exemplo, está localizado dentro do Centro Municipal de Saúde Raphael de Paula Souza.
Atendimento
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, orienta as pessoas a procurarem atendimento nos polos ou em redes de atenção básica se começarem a sentir sintomas da dengue, que incluem febre alta, dor de cabeça, dor no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos.
Assim que chegam ao polo, os pacientes têm uma amostra do sangue recolhida para a confirmação do diagnóstico, que é dado cerca de uma hora depois da coleta. No local, também há cadeiras e macas para hidratação venosa e oral.
A equipe de saúde, formada por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, fará também a classificação da gravidade do quadro. Os quadros mais graves serão encaminhados para internação como “vaga zero” (emergência), através da Central Municipal de Regulação.
O plano de contingência também prevê a destinação de leitos exclusivos para a internação desses pacientes. No Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, por exemplo, que funciona como uma unidade de referência inicial, foram separados 20 leitos.
No próprio Centro Municipal de Saúde Raphael de Paula Souza, também haverá um setor destinado à internação de pacientes com dengue e outras arboviroses (doenças transmitidas por artrópodes, como mosquitos e carrapatos).
“Esse nosso primeiro polo consegue fazer todo o tratamento. O paciente chega, colhe sangue, consegue fazer hemograma, consegue colher sorologia. Se precisar de hidratação, faz hidratação venosa e oral aqui mesmo. E, se precisar de internação, também tem leitos dedicados aqui para arbovirose e infectologia. O objetivo é que a gente consiga reduzir o número de casos graves e reduzir o número de óbitos por dengue. Esse tratamento precoce faz toda a diferença”, afirmou Soranz.
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Caso haja necessidade, mais centros de atendimento poderão ser abertos, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Além dos polos, os 150 centros de hidratação montados no final do ano passado nas unidades de saúde para o atendimento de devido aos efeitos do calor também serão usados na assistência às pessoas com dengue.