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SAÚDE

CORONAVAC EM TESTE: Profissionais da saúde cuiabanos fogem de ser cobaias e revelam medo de reações

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Os estudos da coronavac em profissionais da saúde de Cuiabá, em parceria com o Hospital Universitário Júlio Muller, ainda estão com baixa procura de voluntários, apesar de ter havido melhora nas últimas semanas. Trabalhadores do setor ouvidos pela reportagem citaram o receio das reações às doses como o principal motivo para não participarem dos testes. Eles pediram para não terem os nomes divulgados. 

 

 

                                                           

 

 

“Ao meu entender, que tenho mais de 15 anos de atuação, precisa de mais tempo de acompanhamento, precisa de um período mais prolongado [para estudos]. Eu contraí a doença há pouco tempo de forma leve, tive um pouco de febre e perda de olfato e paladar. Vai que eu tomo essa vacina e surgem mais efeitos que isso?”, destacou um cirurgião dentista que trabalha na rede pública. 

 

 

A vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo, está na fase 3 de testes. Em Cuiabá, começou a ser aplicada há um mês. A meta é conseguir 800 voluntários, mas até agora são pouco mais de 200. Podem participar quem faz atendimento de pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Cada um receberá duas doses, num intervalo entre duas e três semanas entre elas.

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"E a gente que é da área da saúde, a gente sabe que está tendo algumas reações e eu não vou me arriscar nesse momento”, disse uma enfermeira.

 

 

Na cidade, os profissionais com o maior percentual de casos do novo coronavírus são técnicos em enfermagem (21%), enfermeiros (20%) e médicos (17,5%), segundo dados do governo de Mato Grosso.  

 

 

“Sou da área da saúde, trabalho em hospital. Não vou me cadastrar porque como está ainda na fase de pesquisa, não tem nada muito concreto. E a gente que é da área da saúde, a gente sabe que está tendo algumas reações e eu não vou me arriscar nesse momento”, disse uma enfermeira que também trabalha na rede pública. “Pelo que já conversei com colegas de vários hospitais, poucos se cadastraram. Muita gente ainda não está acreditando na vacina”, comentou.

 

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Outros profissionais de saúde disseram que faltou mais divulgação para o recrutamento de voluntários.  

 

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Voluntária

 

 

A reportagem ouviu uma das voluntárias que topou participar, que também terá a identidade preservada. Enfermeira, ela contou que tomou a primeira dose no dia 20 de novembro.

 

 

“A única coisa que tive foi um leve amargor na boca umas duas horas e meia após tomar a vacina, mas logo melhorou. Não senti mais nada, mas não sei ainda se isso pode estar relacionado com a vacina, pois pode ser placebo, né?”.  

 

 

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A segunda dose será aplicada no dia 5 de dezembro. “Resolvi ser voluntária para esse processo ser concluído o quanto antes, e por trabalhar com vários idosos de forma domiciliar, e com crianças [com necessidades] especiais”, contou.  

 

 

Coordenação dos estudos 

 

 

“Eles citam diversos fatores, como preconceitos, medo de reação, falam que estão fazendo os profissionais de cobaias. O medo a gente até consegue reverter em pouco tempo, mas o preconceito, não”, declarou o coordenador de testes.

 

 

O coordenador dos testes em Cuiabá, doutor Cor Jesus Fernandes Fontes, atribui a adesão abaixo da meta, especialmente nos primeiros 15 dias, à desinformação, preconceito e ao momento conturbado de repercussão sobre a coronavac. “As duas primeiras semanas de testes coincidiram com uma etapa de muita discussão negativa, principalmente de interferência política, de briga com o [João] Doria [governador de São Paulo]. Naquela fase tivemos uma procura mais baixa”. 

 

 

Porém, ele disse que tem percebido melhora nas últimas semanas, muito por causa da divulgação de perspectivas positivas sobre a vacina em publicações científicas importantes como as revistas Nature e The Lancet. “Existe otimismo sobre os estudos até agora, dessa possível análise de resultados. A segurança está praticamente garantida, são 12 mil voluntários vacinados, e há 97% de positividade de anticorpos após as duas primeiras doses”, explicou. “Já dobramos o número de voluntários, atingimos em um mês mais de 25% da nossa meta”, comemorou o doutor.  

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Entre as mais de duas centenas de voluntários em Cuiabá, não houve respostas graves às doses. “Não podemos dar detalhes, mas o que posso dizer é que nenhuma delas teve reação que precisasse tomar medicamentos, por exemplo. Reações comuns a vacinas de maneira geral são dor no local da injeção, dor de cabeça, cansaços”, explicou.

 

 

O próprio coordenador do estudo na cidade disse que recebeu muita negativa de trabalhadores da saúde em se tornarem voluntários. “Eles citam diversos fatores, como preconceitos, medo de reação, falam que estão fazendo os profissionais de cobaias. O medo a gente até consegue reverter em pouco tempo, mas o preconceito, não”, declarou. “E existem as questões políticas, e a gente respeita isso. Mas vacinas mudaram a realidade no mundo”. 

 

 

Sobre os argumentos de pessoas que afirmam terem recebido informação de que há reações às vacinas que não estão sendo divulgadas, o doutor afirma que isso não é verdade. “Certamente tem uma rede de notícias falsas. Essa pessoa que diz isso está completamente desinformada. Estamos muito tranquilos em relação à segurança, os voluntários tomam a dose e ficam uma, duas horas em observação. Em 3 ou 4 semanas depois também não têm reações graves", assegurou. 

 

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A vacina

 

 

A coronavac usa uma versão inativa do vírus após ter sido exposto ao calor e substâncias químicas, até não ser capaz de se reproduzir e representar riscos ao paciente. O vírus é introduzido no organismo humano, que desenvolve formas de combater a doença sem deixar a pessoa doente.

 

 

Os pesquisadores dizem que o uso do vírus dessa maneira tem a vantagem de induzir resposta imunológica mais alta, diferentemente do que ocorre quando é utilizada somente uma partícula viral, que estimula retorno imune apenas contra essa partícula.

 

 

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Os testes da coronavac chegaram a ser suspensos no dia 9 de novembro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), depois da morte de um voluntário. Porém, como o fato não teve relação com a vacina, no dia 11 do mesmo mês os estudos foram retomados.

Fonte: REPORTER MT

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SAÚDE

Saiba como funcionam os polos para pacientes com dengue no Rio

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Até o fim desta semana, a cidade do Rio de Janeiro terá dez polos de saúde específicos para atender a pacientes com suspeita de dengue. O primeiro deles, em Curicica, na zona oeste da cidade, foi inaugurado na manhã desta segunda-feira (5). A capital entrou hoje em situação de emergência devido à doença.

Haverá polos também em Campo Grande, Santa Cruz e Bangu (na zona oeste), Complexo do Alemão, Madureira, Del Castilho e Tijuca (na zona norte), Gávea (na zona sul) e Centro.

A abertura dos polos é uma das ações do plano de contingência de enfrentamento à dengue, criado pela prefeitura do Rio, uma vez que a cidade já registrou, este ano, 11 mil casos da doença, com 360 deles necessitando de internação.

Os polos vão funcionar nas dependências de unidades básicas de saúde. No caso de Curicica, por exemplo, está localizado dentro do Centro Municipal de Saúde Raphael de Paula Souza.

Atendimento

O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, orienta as pessoas a procurarem atendimento nos polos ou em redes de atenção básica se começarem a sentir sintomas da dengue, que incluem febre alta, dor de cabeça, dor no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos.

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Assim que chegam ao polo, os pacientes têm uma amostra do sangue recolhida para a confirmação do diagnóstico, que é dado cerca de uma hora depois da coleta. No local, também há cadeiras e macas para hidratação venosa e oral.

A equipe de saúde, formada por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, fará também a classificação da gravidade do quadro. Os quadros mais graves serão encaminhados para internação como “vaga zero” (emergência), através da Central Municipal de Regulação.

O plano de contingência também prevê a destinação de leitos exclusivos para a internação desses pacientes. No Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, por exemplo, que funciona como uma unidade de referência inicial, foram separados 20 leitos.

No próprio Centro Municipal de Saúde Raphael de Paula Souza, também haverá um setor destinado à internação de pacientes com dengue e outras arboviroses (doenças transmitidas por artrópodes, como mosquitos e carrapatos).

“Esse nosso primeiro polo consegue fazer todo o tratamento. O paciente chega, colhe sangue, consegue fazer hemograma, consegue colher sorologia. Se precisar de hidratação, faz hidratação venosa e oral aqui mesmo. E, se precisar de internação, também tem leitos dedicados aqui para arbovirose e infectologia. O objetivo é que a gente consiga reduzir o número de casos graves e reduzir o número de óbitos por dengue. Esse tratamento precoce faz toda a diferença”, afirmou Soranz.

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Caso haja necessidade, mais centros de atendimento poderão ser abertos, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Além dos polos, os 150 centros de hidratação montados no final do ano passado nas unidades de saúde para o atendimento de devido aos efeitos do calor também serão usados na assistência às pessoas com dengue.

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Fonte: EBC SAÚDE

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