A eleição suplementar para o Senado em Mato Grosso afetou em cheio o governo Mauro Mendes (DEM) e chegou na iminência de uma possível renúncia do vice-governador Otaviano Pivetta (PDT) do cargo, para disputar o governo do Estado em 2022.
A crise interna no Palácio Paiaguás, conforme apurou a reportagem, dividiu o executivo em dois grupos: Um pró candidatura de Carlos Fávaro (PSD) e outro de apoio a Pivetta.
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O pivô desta crise seria o chefe da Casa Civil Mauro Carvalho. Pivetta e Carvalho entraram em rota de colisão quando o secretário teria afirmado ao governador que a melhor estratégia seria apoiar Fávaro. Em resposta, Pivetta acusou o chefe da Casa Civil de ‘estar a serviço’ dos primos Blairo e Eraí Maggi, que seriam os avalizadores da candidatura de Carlos Fávaro.
Diante disso, Pivetta teria tido dificuldades em alguns projetos de sua responsabilidade. A Casa Civil nega qualquer interferência neste sentido.
Convite para 2022
Com a crise se agravando, e sem o governador Mauro Mendes (DEM) anunciar quem apoiaria, Pivetta recebeu o convite de um grupo de partidos para desistir de disputar o Senado e concorrer ao governo do Estado em 2022. O convite partiu dos senadores Jayme Campos (DEM) e Wellington Fagundes (PL), e do ex-deputado Nilson Leitão (PSDB), além do MDB.
Pivetta deixaria de ser candidato e apoiaria Leitão, tendo o compromisso das 4 siglas em apoiá-lo na sucessão de Mendes.
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Tal convite é um dos motivos da crise interna entre o grupo dos irmãos Jayme e Júlio Campos e o grupo de Mendes.
Fontes ouvidas garantem que Pivetta se sentiu atraído pela ideia. Porém, o governador Mauro Mendes conseguiu contornar a situação após uma conversa pessoal com o vice-governador.
Mendes garantiu o seu apoio à Pivetta pela amizade e o companherismo de ambos. Apesar do desfecho ‘feliz’, a discussão foi acalorada.
Pivetta lembrou que sempre apoiou Mendes em suas eleições, inclusive sem o seu vice em 2010 e sempre financiando a campanha.
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Apesar de ter declarado o apoio pessoalmente a Pivetta, o governador ainda não fez uma declaração oficial, muito menos comunicado o senador interino Carlos Fávaro de sua decisão.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com todos os envolvidos na tarde de ontem, que não atenderam as ligações e nem retornaram.
Uma disputa política tomou conta da cidade de Sinop, no Mato Grosso, após a visita do ex-presidente Jair Bolsonaro na semana passada. Os deputados estadual Gilberto Cattani e federal Abilio Brunini, ambos do PL, anunciaram que não apoiarão a reeleição do prefeito Roberto Dorner, também do PL, após um episódio polêmico durante a carreata com a presença de Bolsonaro.
Segundo relatos, durante a visita do ex-presidente, Dorner e sua esposa foram impedidos de subir no carro de Bolsonaro, o que gerou descontentamento por parte dos deputados Cattani e Brunini. Em resposta às acusações de “ciúmes” por parte do prefeito, Cattani ironizou a situação e afirmou que não sente ciúmes de homens, destacando sua orientação sexual.
Além disso, Cattani deixou claro que não apoiará Dorner e rejeita qualquer tipo de pressão partidária para seguir uma decisão contrária à sua opinião. Já o deputado federal Abilio Brunini declarou seu apoio à candidata do Novo, Mirtes Grotti, que participou do evento com Bolsonaro em Sinop.
A disputa política se intensificou com a filiação de Dorner ao PL por meio da articulação do senador Wellington Fagundes, o que gerou descontentamento por parte dos deputados Cattani e Brunini, assim como da deputada federal Amália Barros. A confirmação de Dorner como candidato do PL pelo presidente nacional do partido, Valdemar da Costa Neto, levou à migração da empresária Mirtes para o Novo, causando divisão dentro da legenda.
Assim, a visita de Bolsonaro à cidade desencadeou um racha político entre membros do PL em Sinop, evidenciando as tensões e disputas internas dentro do partido.