Mãe de Isabele Ramos Guimarães, morta com um tiro no rosto em julho deste ano, emitiu uma nota afirmando que ficou com a "esperança estilhaçada" ao saber, nesta quinta-feira (26), que o Tribunal de Justiça decidiu por não internar a adolescente B.O.C., de 15 anos, autora do disparo. Patrícia disse que ao receber a notícia pela mídia, ficou vagando com o seu carro sem rumo, "tentando criar coragem e pesando" como daria a notícia ao seu filho de 13 anos, irmão de Isabele. "… meu filho que todos os dias me pergunta: 'por que a assassina da minha irmão ainda está solta?'

Nesta quinta-feira, o Tribunal de Justiça julgou o recurso da Procuradoria Geral de Justiça de Mato Grosso contra a decisão que decidiu pela liberdade da adolescente 12 horas após ela ter sido internada. Apesar desta decisão, a adolescente ainda pode ser recolhida ao Centro Socioeducativo Pomeri após a decisão final do processo que ela responde por ato análogo a homicídio doloso. O MP já pediu a internação da adolescente pelo período inicial de seis meses, prazo que pode ser revisto a cada seis meses. O prazo máximo de internação para um adolescente, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é de três anos.

Veja a nota na íntegra da mãe de Isabele:

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"Com o meu coração dolorido e a minha esperança estilhaçada, venho a público manifestar a minha decepção e também registrar a minha indignação  em relação ao resultado final do julgamento do Habeas Corpus que decidiu por não recolher a menor que tirou a vida da minha filha com um tiro no rosto e sem que ela tivesse qualquer chances de se defender. 

Ontem, ao receber a notícia pela mídia, fiquei vagando com meu carro sem rumo, tentando criar coragem e pensando de que forma eu iria dar está notícia para o meu filho que todos os dias me pergunta: “por que a assassina da minha irmã ainda está solta??”

Meu Deus, meu filho está atravessando um momento muito difícil por conta da ausência de sua amada irmã. 

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Com esta decisão de não recolher a menor que matou a minha filha e ainda sem saber o que dizer, preciso agora que alguém me ajude a dar uma resposta ao meu filho, lembrando que, como a minha filha que foi brutalmente retirada de nós, ele também é um menor de idade e precisa e tem o direito que seja dispensado a ele todos os cuidados que este terrível momento exige.

Patrícia Hellen Guimarães Ramos"

Fonte: Reporter MT