Um ciclista morreu após ter o pescoço cortado por uma linha com cerol em Belo Horizonte (MG). O caso ocorreu na tarde dessa segunda-feira (19/4). O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi até o local para socorrê-lo, o homem, no entanto, não resistiu.
Segundo o Corpo de Bombeiros, que também esteve no local por volta das 16h, a linha com cerol causou um corte profundo na região do pescoço do ciclista, enquanto ele trafegava pela avenida.
Não se sabe em que sentido o homem seguia.
O ciclista sofreu uma parada cardíaca e os atendentes do Samu tiveram que realizar manobras de respiração cardiopulmonar na vítima, que não resistiu ao corte e morreu no local.
Número de acidentes com cerol são significativos
Em 2018, O Hospital João XVIII registrou 31 acidentes com cerol, com oito casos no mês de julho, sete em junho e cinco em janeiro. Já no ano de 2017, os casos registrados pela unidade de saúde totalizaram 25.
O cerol e a linha chilena ameaçam não só a vida dos ciclistas e motociclistas, mas também a rede elétrica. De acordo com a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), em 2018, foram 2.202 ocorrências nas áreas de concessão da companhia, prejudicando 750 mil unidades consumidoras, residenciais e comerciais.
Nos primeiros quatro meses de 2019, a Cemig registrou 172 desligamentos provocados pelo contato de pipas com a rede elétrica, só na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o que prejudicou mais de 52 mil famílias.
“O uso do cerol é um dos principais causadores dos desligamentos, pois rompem os cabos quando entram em contato com a rede elétrica. Além disso, muitos curtos-circuitos são provocados pela tentativa de retirada de papagaios presos aos cabos” diz a Cemig.Crime
A linha chinela tem sido a preferida dos praticantes de papagaio. O material é resistente e tem um poder de corte quatro vezes mais maior que uma linha com cerol feito de vidro. O cerol chileno é feito com uma mistura de quartzo e óxido de alumínio.
Em Minas, o uso da linha chilena é crime tipificado pela Lei 14.349 de 2002. As penas podem ser de detenção e multa de até R$ 1,5 mil para quem usar o material cortante. Vender a linha também é crime e a detenção pode ser de dois a cinco anos de prisão, além de multa.