A morte da vendedora de veículos Keitiane Eliza da Silva, 27 anos, morta no último dia 14 de abril após passar por cirurgias plásticas, pode estar relacionada a sequelas da Covid-19. A informação consta no laudo elaborado pela Politec, a pedido da Polícia Civil, que investiga a morte da jovem.
A causa da morte da vendedora de carros, segundo o laudo, foi coagulopatia. Contudo, não está clara as razões que levaram a esse quadro. É aí, que surge a suspeita de que a infecção por Covid-19, doença que Keitiane teve semanas antes, pode ter colaborado para o agravamento do seu quadro, que acabou gerando a morte.
“Fica claro para estes peritos que o sangramento excessivo que levou a Sra. Keitiane à morte, se deveu a um quadro agudo de coagulopatia (CIVD) que se instalou no pós-poeratório imediato, de forma imprevisível. Não é possível afirmar categoricamente se a causa dessa desordem esteve relacionada ao grande porte da cirurgia e a condições orgânicas individuais inatas da falecida, ou até mesmo ao quadro recente de Covid-19 que ela havia tido, doença de surgimento recente, multifacetada e de repercussões ainda insondáveis, sabidamente associada a coagulopatia”, diz trecho do documento.
O laudo apontou ainda que Keitiane já havia passado por outros procedimentos cirúrgicos sem qualquer tipo de problema. Além disso, destaca que os exames pré-operatórios não indicaram nenhum problema.
“O que se verificou de importante na documentação analisada referente aos antecedentes da periciada é que ela já havia anteriormente se submetido a pelo menos dois procedimentos cirúrgicos de monta (cesariana e implante de prótese mamária) sem notícia de complicações semelhantes, e que ela havia tido Covid-19 no mês anterior à realização da cirurgia (teste antígeno positivo em 22/03/2021) […] Não havia nenhum problema de saúde detectável, sobretudo, no sistema de coagulação sanguínea, evidenciando uma mulher jovem e saudável”.
CASO
Keitiane da Silva morreu em 14 de abril após passar por procedimentos cirúrgicos no Hospital Valore Day, no bairro Santa Rosa, em Cuiabá. No dia anterior, ela foi submetida a lipoescultura, enxerto de gordura em glúteo, abdominoplastia e correção de cicatriz na mama (decorrência de outro procedimento médico).
A família apontou negligência médica e registrou um boletim de ocorrência contra o médico e o hospital. Conforme consta no laudo do Instituto Médico Legal (IML), Keitiane morreu devido a um choque hemorrágico horas após a cirurgia.
De acordo com o advogado da família da jovem, Marciano Nogueira, o hospital não possui leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, por isso, não teria condições de realizar os procedimentos, o que caracteriza negligência médica.